quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Homem que era Quinta-Feira

O poder tem medo dos que acreditam em utopias. O poder tem medo dos que acreditam que podem concretizar uma utopia. É sempre preferível ter uma multidão de jovens embriagados aos berros por nada do que ter a mesma mulitdão, agora criadora, exigindo aquilo a que têm direito. A acusação formulada no Tribunal de Pequena Instância Criminal do Porto a elementos do colectivo Es.Col.A é, na sua filosofia, um retorno às acusações simplistas nos tribunais plenários de muito triste memória. É um definitivo contributo para a distopia em que vamos lentamente mergulhando.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Citando:


“…
6. O ruído, afectando a saúde, constitui não só uma violação do direito à integridade física, como do direito ao repouso e à qualidade de vida. Direitos que, no seu cotejo com o de exercício de uma actividade comercial ou industrial se lhe sobrepõem e prevalecem, de acordo com o artigo 335.º do Código Civil.
7. A emissão de ruídos, desde que perturbadores, incómodos e causadores de má qualidade de vida, e ainda que não excedam os limites legais, autorizam o proprietário do imóvel que os sofre a lançar mão do disposto no artigo 1346.º do Código Civil, que só deve suportar os que não vão para além das consequências de normais relações de vizinhança.
8. A apreciação da normalidade deve ser casuística, tendo como medida o uso normal do prédio nas circunstâncias de fruição de um cidadão comum e razoavelmente inserido no núcleo social.
in “Sumário do Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, Processo 161/05.2TBVLG.S1”

domingo, 29 de abril de 2012



Não venha à Baixa apenas para beber...
...venha também para cá viver!!!



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Toda uma noite em 180 segundos...




Quando os homens se viram para a parede...
É também assim a noite do Porto

terça-feira, 26 de julho de 2011

O "Manifesto"

...e o dinheiro a entrar nos nossos bolsos, sem chatices, sem responsabilidades.
Sem a preocupação de limpar o vomitado no fim.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O som da noite


O passar das horas

20h00 - 22h00
As ruas estão sossegadas. Apenas os restaurantes apresentam algum movimento

23h00
Vai crescendo o número de pessoas na rua, os bares começam a receber os primeiros clientes.

24h00
O movimento vai aumentando mas o barulho ambiente é suportável.
Fossem as coisas sempre assim e até era divertido.

01h00
Deixou de ser possível estar em casa de janelas abertas, começam a radicalizar-se os comportamentos.
Aqui e ali pequenos grupos já excitados pelo alcool percorrem a rua aos gritos.

02h00
Junto aos estabelecimentos que vendem bebidas em garrafas o barulho de vidros a quebrarem é constante, a histeria de grupo vai aumentando. A esta hora os bares deveriam estar a encerrar... mas ainda não atingiram o pico de funcionamento

03h00
Na rua há garrafas pelo ar. Já só se conversa aos gritos, já só se canta aos gritos.
A noite atinge o seu ponto alto. Ou baixo, conforme o ponto de vista.
Urina-se pelas portas, também se vomita aqui ou ali.

04h00
Os mais resistentes redobram esforços para se fazerem ouvir.
Continuam os gritos, mas agora não tão generalizados. Começa-se a abandonar as ruas. Os bares começam a encerrar mas a maioria deles deveria ter encerrado 2 horas antes.

05h00-6h00
De quando em vez um grupo embriagado vai circulando às voltas, de passeio em passeio.
Canta, berra, assobia, pontapeia as garrafas que vai encontrando.

06h30
Começa a limpeza com meios mecânicos. O ruído é equivalente à utilização de um aspirador no quarto quando se está a dormir.

07h30 - 8h00
Começa a limpeza manual. Volta o barulho dos vidros partidos. As garrafas que ficaram por partir durante a noite têm agora o seu fim.

9h00 - A Baixa do Porto recuperou um pouco de dignidade. No entanto... 
O cheiro a cerveja derramada é quase insuportável, bocadinhos de fruta por aqui e por ali.
E vidros, imensos vidros. Pequenos e grandes, meias garrafas, fundos, gargalos e muito vidro pequenino.
Aqui, ali e acolá o sítio onde uma garrafa explodiu. Bem nítido no passeio de calçada portuguesa.

Mais logo tudo vai voltar ao princípio. Quinta, sexta, sábado... No período de férias adivinho que será também na segunda, na terça, na quarta... Restará apenas a noite de domingo. Essa sim, continuará a ser silenciosa. Pelo cansaço.
Ainda não passaram 3 anos sobre uma súbita febre de habitar na Baixa do Porto. Agora, mesmo os que aqui vivem há muitos anos desejam sair.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nestas ruas ninguém dorme...

Varrer, varre-se. Mas quem lava?

Praça Filipa de Lencastre

Rua José Falcão

Rua Conde de Vizela

Praça Guilherme Gomes Fernandes

Uma manhã de Domingo, pelas 8 horas...

Praça Parada Leitão


Rua José Falcão

Praça Filipa de Lencastre